Lost tem, talvez, a trama mais viciante da história da TV, mas (ou justamente por isso, já que a história tem que ser acompanhada episódio a episódio, religiosamente) perdeu cerca de 3,5 milhões de telespectadores desde o final de sua primeira temporada, que foi visto por 18,5 milhões de americanos.
Por isso, a ABC fez desta semana a semana Lost, com quatro horas dedicadas à série, divididas entre as noites de quarta e quinta, incluindo uma recapitulação de uma hora com tudo o que aconteceu na história antes da estréia do aguardado primeiro ano da quarta temporada.
Estava programada ainda a reexibição do final do terceiro ano, com duas horas de duração, que terminou com os personagens Jack e Kate fora da ilha, no futuro.
Mas, para quem deixou de acompanhar a série ao final da primeira temporada, esse episódio não significa muita coisa... E, para tentar reconquistar esse público, a ABC decidiu transformar o final no que pode ser uma espécie de "episódio com notas de rodapé".
O canal turbinou o episódio com notas explicativas sobre as cenas e os personagens (por exemplo: "Esse é Ben, que antes era conhecido como Henry Gale, e esse não é seu primeiro encontro com Jack", segundo explicou um representante da emissora ao New York Times).
As notas explicativas também vão falar das referências pop da série - por exemplo, explicar que Henry Gale é o nome de um dos personagens de "O Mágico de Oz", o tio de Dorothy.
Os produtores da série não participaram da produção desse episódio especial por causa da greve dos roteiristas, que acontece desde novembro.
A emissora enfrenta, assim, um grande desafio: encontrar o equilíbrio entre satisfazer os fãs ávidos por novas pistas da série e conquistar os novatos e os telespectadores casuais.
De qualquer jeito, tanto uns quanto outros vão ficar querendo mais ao final do oitavo episódio desta quarta temporada - o último que ficou pronto antes da greve, que paralisou a produção das séries. Lost deveria ter uma temporada com 16 episódios para que toda a história do quarto ano fosse contada.
O jornal USA Today publicou depoimentos de diversos atores sobre as provações de seus personagens na temporada que começa hoje nos Estados Unidos.
Michael Emerson, o misterioso Ben, como sempre, foi o mais falador. "Ben é um homem sem recursos agora, sem seu exército, sem capangas. Ele será forçado a sobreviver apenas de sua esperteza e veremos se ele será bem-sucedido nessas circunstâncias", questiona. Sobre os novos personagens, ele comenta apenas que "são adversários formidáveis [esse grupo do cargueiro]. Eles são instantaneamente cativantes, assustadores e misteriosos".
Já Terry O´Quinn comenta a cisão entre os sobreviventes. "Eles vão se enfrentar pela dúvida se as pessoas do cargueiro estão ali para ajudar ou não. Locke acha que não estão ali para o bem - e ele tem receio de voltar à civilização pois pode reverter ao seu estado físico anterior, quando se sentia excluído da sociedade. Ele sente que tem poder ali, um guardião do lugar."
A personagem de Emilie de Ravin, por outro lado, tem todos os motivos para querer ir embora dali, começando pelo bebê Aaron. "Eles estão em conflito, mais do que jamais estiveram. Mas Claire ficará muito forte com isso", garante. E por falar em bebê... A gravidez de Sun será um dos assuntos mais relevantes do próximo arco da série. "Será que ela vai sobreviver?", pergunta a atriz Yunjin Kim.
Henry Ian Cusick, o Desmond, também falou sobre a divisão de opiniões. "Vamos descobrir muita coisa logo no primeiro episódio e o público verá que o grupo do cargueiro é diferente de tudo que eles já viram. Vocês vão adorá-los ou odiá-los." Penny, o grande amor de seu personagem, também aparecerá.
Naveen Andrews, o Sayid, limitou-se a lamentar os personagens mortos - o que significa que seus intérpretes não mais estarão no programa. "Eu já sentia a falta de Maggie [Grace, a Shannon], agora achei bem triste voltar sem Dominic Monaghan [o Charlie]. Faz sentido para a história, mas pessoalmente é sempre difícil."
Jorge Garcia, o Hurley, também sentiu a falta de Monaghan, mas não mais que seu personagem. "Hurley terá que lidar com a morte de Charlie. Quando a terceira temporada parou, ele ainda não sabia da missão suicida do amigo para tirar todos da ilha. Eles tinham uma das maiores amizades entre os sobreviventes e isso afetará diretamente Hurley, pelo menos nos primeiros episódios." Garcia comenta também o inevitável fim da série (faltam 48 episódios): "Existe essa sensação de que esta temporada está levando a isso. O nosso nível de entusiasmo é o mesmo da primeira temporada. Estamos rasgando os envelopes dos roteiros pra descobrir o que acontecerá a seguir", afirma.
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