Os fãs de Evangeline Lilly talvez nem saibam, mas têm uma dívida grande com o diretor Peter Jackson (da trilogia "O Senhor dos Anéis"). Evangeline estava decidida a se aposentar, aos 34 anos, quando recebeu o convite para interpretar uma elfa no segundo filme da série Hobbit, "A Desolação de Smaug", que estreia no Brasil em 13 de dezembro.
"Para mim, já era. Eu não queria atuar mais, não era algo que me fazia feliz", diz a atriz. Mas não conseguiu resistir: "O Hobbit" era seu livro favorito na infância.
O curioso é que a personagem oferecida a ela nem existia na obra de J. R. R. Tolkien, autor dos livros que deram origem às duas séries dirigidas por Jackson.
Foi criada para evitar um elenco exclusivamente masculino: "Quem quer ver nove horas de filme com homens feios, cabeludos, suados e fedidos?", pergunta ela.
Três meses após ter dado à luz ao filho Kahekili, ela estava no set, na Nova Zelândia, num exercício de humildade. "Meu corpo não estava legal. Tive um parto natural de 30 horas e estava destruída. E eu tinha que ser uma elfa!"
Ela afirma que a ideia da aposentadoria precoce a dominou após o fim da série "Lost", em que trabalhou por seis anos, como a destemida Kate Austen. "Não quero que pareça que foi terrível. Mas não foi um sonho que se realizou."
Evangeline viu seu anonimato de garota de cidade pequena do Canadá ser devorado pela febre que a série provocou.
E o fato de ter visto sua casa no Havaí, onde morou por meia década por conta da série, destruída por um incêndio não deve ter ajudado.
"Estou tão feliz por ter feito 'O Hobbit' porque mudou meu olhar sobre a atuação. Eu vi que não é o trabalho em si, mas o projeto. Se eu escolher as pessoas e os trabalhos certos, posso gostar de ser atriz."
Fonte: Folha de S. Paulo